O GRANDE (fracasso) PORTUGUÊS - Cagar no País e Limpar o Cu á Bandeira

Como espectador televisivo e amante da cultura portuguesa, não pude deixar de estar atento ao desenrolar do programa mais falado do momento ( e não estou a falar da Bela e o Mestre).
É obvio que me refiro aos Grandes Portugueses, programa que garantiu á RTP uns bons milhares de euros em votações.
Em primeiro lugar, parece-me bem elogiar tal iniciativa, a televisão começava a ficar faminta de programação decente e a TVI já estava a pedir umas boas bordoadas nos shares.
A estrutura do programa era simples: duas votações. A primeira elegeria os 100 maiores portugueses, dos quais os 10 finalistas passariam a uma segunda votação para a eleger o maior Português de Portugal ( porque se fosse o maior português do Brasil ganhava o Roberto Leal como é óbvio).
Logo nos primeiros resultados, foi-me permitido soltar umas pequenas gargalhadas de boca aberta ao observar tais barbaridades.
Em primeiro lugar deparo-me com um elemento dos Morangos com Açúcar ( sim, aquela prestigiada seria, galardoada como melhor programa infantil do ano por mim).
Realmente, numa série em que os actores, não são actores mas sim modelos e em que o guião é mais previsível do que o resultado de um encontro entre o Eng. José Sócrates e um sindicalista, há que dar valor a certos actores, mas daí a colocá-los á frente de artistas como Almeida Garrett, impulsionador do Romantismo ou António Variações, um dos mais inovadores musicos portugueses do século vinte, é cagar no país e limpar o cu á bandeira.
Observando mais ao pormenor temas a nossa cara Irmã Lúcia. Como todos os que me conhecem sabem, eu sempre respeitei religiões, mas eleger alguém que afirma ter visto “o Sol bailar”, parece-me tão incoerente como reeleger José Sócrates. Mas ok, cada macaco no seu galho.
Que terá aquele já falecido, grande historiador Oliveira Martins dito ao presenciar o futebolista Cristiano Ronaldo ou mesmo a Padeira de Aljubarrota, cuja real existência ainda nem provada está, á frente de vultos como Bocage, Gil Vicente, Miguel Torga, Fontes Pereira de Melo ou ate mesmo o Aviador Gago Coutinho ? Duvido que dissesse algo, pois decerto não resistiria ao espanto e à tristeza de tal observação.
Desta vez, os Portugueses não se inclinaram muito para a politica actual e consigo observar 6 figuras actuais dedicadas ao teatro e ao humor, que são: Ruy de Carvalho, Ricardo Araújo Pereira, Herman José, Alberto João Jardim, Cavaco Silva e José Sócrates.
Muitos apontarão Salazar como o grande fracasso deste programa, estão errados. O grande fracasso deste programa e que apenas revela a ignorância, a inconsciência e chega mesmo a demonstrar o quão ridícula é esta nossa sociedade actual, é o lugar que Pinto da Costa ocupa.
Ouvi rumores de que os EUA pensaram em votar em Al Capone, os Italianos até que gostam de Totorrina, mas isso são mafiosos a sério, agora o Pinto da Costa ?
Para votarem num ladrão antes elegerem Zé do Telhado, esse Robin dos Bosques do país á beira mal plantado.
Mas ok, vocês lá sabem, lá têm as vossas ideias, e eu respeito todo o tipo de pessoas ( o que vos digo a vocês diria também ao Castelo Branco).
Antes de prosseguir a analisar os dez primeiros, queria só referir apenas mais uma ou duas incoerências, coisita pequena, como diria o nosso Zé Quintela.
Primeiro, os lugares que os músicos portugueses ocupam e ausência de um deles no nosso Top Ten, demonstra uma rejeição de um dos pilares da cultura portuguesa: a musica e na musica, o Fado.
Lá fora, e não estou a falar a rua á frente de minha casa, Portugal é conhecido por 5 virtudes(ou não) :
- O Fado a guitarra portuguesa que cantava os versos dos mais românticos poetas deste país.
- O vinho do Porto que ainda hoje embebeda pais de família por tudo quanto é adega..
- O azeite Português em que nosso avos molharam o pão e que vemos hoje representado por aqueles individuos que, vá la, vemos no Shopping, na TV, nos clips, a ouvir Myth, etc…
- o Futebol: Portugal já é até conhecido por paragens distantes, como a selecção do quase.
-E também por ser o país cujo maior escritor vivo, foi censurado de concorrer ao maior prémio literário nacional.

Passemos então aos dez primeiros:

Como não poderia deixar de ser, temos vultos como a apaixonado Camões, o esquizofrénico Pessoa, os exploradores D. Henrique, Vasco da Gama e D. João II, o grandioso estadista Marques de Pombal e também o gajo que lixou tudo, D. Afonso Henriques. Falta claro o salva-judeus numero 2 da Europa, Aristides de Sousa Mendes.

Ah!!!! Oh LS só mencionaste oito pessoas.
Pois, está certo, é que os últimos dois são mais que pessoas.
Ok, agora fora brincadeiras, foi com muita surpresa que quase dei um pontapé na televisão ao assistir os resultados: um Estalinista em segundo lugar e um Fascista em primeiro, ou seja, o lugar vencedor( para os menos dotados que podem não associar o primeiro lugar a uma vitória).
Tudo bem que um país que deixou Alberto João Jardim tanto tempo no poder deve ter ideologias ditatoriais, as eleger fascistas e autoritaristas para grandes portugueses é um pouco doentio.
Claro que de caminho poderíamos ver Hitler com o grande Alemão ou Napoleão com o grande francês.
Penso que existe duas explicações racionais para o assunto, ou melhor três, porque a terceira é um pouco ridícula.
Primeiro, talvez os Portugueses tenham eleito Salazar como prova de descontento em relação á porcaria de governo que temos tido deste a sua morte.
Segundo, existe a hipótese de termos assistido a um confronto político nestas eleições, entre a massa comunista e as restantes massas. E para confrontar esta votação em massa em pessoas tão violentas, o arroz, mais calminho e pequeno decidiu votar no anjo do Aristides de Sousa Mendes.
A terceira explicação é que os portugueses, tentado espelhar o animalesco comportamento americano ao votarem em Bush para os grandes americanos, quiseram repetir o feito a eleger dois apoiantes da repressão ditatorial para o nosso programa.

O que eu sei é que tudo foi uma grande palhaçada, e que inconformismo ou não, eu é que fiquei inconformado com estes resultados. O que acho que deveríamos todos fazer era não escrever uma carta á RTP, mas sim ao Rei de Espanha para reconquistar esta porcaria.
Pá perdoem a falta a patriotismo, mas depois disto vou emigrar par ao Canadá.